ATA DECLARATÓRIA DA OCTOGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 02.10.1998.

 


Aos dois dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e oito, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, às nove horas e quinze minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente registrou as presenças dos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Décio Schauren, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Maria do Rosário e Sônia Santos; registrou o transcurso, no dia de ontem, do aniversário do Vereador Reginaldo Pujol e do Dia do Vereador; convidou os presentes para participarem da solenidade a ser realizada a seguir, de encerramento da campanha “Dizendo Sim à Vida”, desenvolvida pela Associação Fraternal de Recuperação Universal Comunitária Terapêutica Oásis – AFRUCTO, e de entrega de prêmios referentes ao 13ª Salão de Artes Plásticas – Câmara Municipal de Porto Alegre; e convocou os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental, determinando seja lavrada a presente Ata Declaratória que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


* * * * *

 

(Obs.: Após foi realizada solenidade de encerramento da campanha “Dizendo Sim à Vida”, desenvolvida pela Associação Fraternal de Recuperação Universal Comunitária Terapêutica Oásis - AFRUCTO, e de entrega de prêmios referentes ao 13º Salão de Artes Plásticas - Câmara Municipal de Porto Alegre. O material referente a esse evento encontra-se anexado aos processos nº 1150/98 - AFRUCTO e nº 324/98 - Salão de Artes Plásticas.)

 

* * * * *

 

REGISTROS REFERENTES AO ENCERRAMENTO DA CAMPANHA DA AFRUCTO

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Temos dois eventos programados para esta manhã, que seriam realizados com ou sem quórum.

Um desses eventos é o encerramento da campanha “Dizendo ‘sim’ à vida”, desenvolvida na Câmara Municipal pela AFRUCTO e que teve a participação da área de Psicologia, que não tínhamos na Casa desde 1994.

Convidamos para compor a Mesa a Sra. Iara da Costa Ramos, Psicóloga da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Dr. Sérgio Ivan Borges, Coordenador voluntário da AFRUCTO; a Sra. Adelina Borges, esposa do Dr. Sérgio Ivan Borges; o Sr. Pedro Ranquetat, Presidente da ABECAPA; a Sra. Elizabeth Brochier dos Santos, Coordenadora do nosso Memorial.

Registramos a presença dos Vereadores Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Maria do Rosário, João Dib, João Carlos Nedel, Décio Schauren, Sônia Santos, Adeli Sell, do Sr. Leão de Medeiros, Diretor-Geral da Câmara, e da Sra. Inês Haffner, Diretora Legislativa.

Com a palavra, o Dr. Sérgio Ivan Borges.

 

O SR. SÉRGIO IVAN BORGES: A família, a grande família, é constituída pelo ser humano com maior abrangência, não importa o sobrenome da mãe e do pai. O que interessa neste momento é que somos seres humanos. Esse é o nosso sobrenome, esse é o nosso nome. A própria palavra Adão, que é o nosso primeiro ser humano, quer dizer em hebraico “ser humano”. E, é claro, a Eva. Eu vejo aqui algumas delas, lideranças políticas como a Maria, a Clênia e, especialmente, as que estão aqui na Mesa, de uma maneira especialíssima a Iara, que foi, está sendo e será, temos certeza, uma lutadora pelo sentido da vida. Então, bom-dia a esta grande família!

O fígado é mais tolerante do que as famílias, do que a sociedade, porque o fígado, ao receber os impactos da droga no sangue, do álcool, pode levar muitos anos até chegar à cirrose. Cirrose quer dizer aquela coisa cinzenta. É um tumor que vai crescendo a cada gota de álcool e outros tipos de drogas que ingerimos. Até o ódio, quando o ingerimos, o desamor, os nossos recalques, as nossas mágoas contaminam o nosso organismo, porque o ser humano não é só um corpo. O ser humano não tem um corpo. O ser humano é um espírito que habita num corpo e tem uma alma. Ele é um ser ontológico, antropológico, a maravilha da criação divina. O fígado tolera; a família não tolera. Mas alguns familiares participam de grupos de apoio, como este que o Ver. Luiz Braz abriu as portas para quatorze reuniões, trinta, quarenta. Em dias de Copa do Mundo, com chuva, com sol, sempre estiveram presentes, e os efeitos ainda continuam.

Os efeitos farmacológicos nos nossos órgãos podem ser reversíveis ou irreversíveis. Os reversíveis são expelidos pela urina, pelo suor, por outras glândulas, mas os efeitos irreversíveis ficam residentes, residualmente, em nossas membranas, em nossas células, nos destruindo sem que nos apercebamos. É o grande mistério das culturas da morte. Essas reuniões a Câmara de Vereadores promoveu sempre com a perseverança do Serviço de Psicologia, através da Iara, todos os sábados à tarde, sem horas extras, mas ela ganhou na vida dela, certamente, horas extras de qualidade, e também de quantidade, porque o nosso sistema imunológico cresce na medida em que amamos o próximo. Isso não é Bíblia nem Filosofia, é Medicina. Na medida em que amamos, o nosso sistema imunológico cresce e fica fortemente aparelhado para neutralizar vírus, germes e bactérias. A força do amor é algo que - até parece contraditório dizer-se - é incomensurável, porque, quando se pronuncia a palavra “amor”, ela já apresenta a sua incomensurabilidade, porque o amor é infinito.

Então, a nossa mensagem à Iara, ao Ver. Luiz Braz, à Mesa, aos Vereadores presentes, esses heróis do Parlamento, que lutam pelas suas dignidades, pela verdade, porque o mais importante aqui não é o projeto de lei, é o projeto de vida de cada homem que faz as leis. São Tomás de Aquino faz a seguinte pergunta: “o que queremos, antes de buscar qualquer coisa?” A honestidade? A decência? A verdade? Ou, simplesmente, o espalhafato, o sensacionalismo? E estes Vereadores aqui presentes, alguns velhos e queridos amigos - o Pedro Américo, o Dib, o Nedel, o Garcia -, outros novos amigos - a Maria do Rosário, a Clênia, o Décio e o nosso querido Luiz - “Luiz” é uma palavra latina e grega: lux/luz/luces/luzes -, que, iluminado, abriu as comportas da Câmara Municipal para que nós, singelamente, lá num cantinho, bem tratados, sim, recebêssemos pessoas, pais e mães para dar amor. Dar amor por amor. Dar amor cura mais do que cobrar amor. Essa é a grande frase deste final de século. Vamos parar de reclamar amor. Vamos dar amor. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, a Sra. Adelina Borges.

 

A SRA. ADELINA BORGES: A nossa passagem aqui foi de quatorze sábados à tarde. Teria três coisas a dizer: primeiro, parabenizar a Casa, que fez com que o povo sentisse que aqui é a Casa do Povo, com o objetivo simples de apoiar aqueles da nossa sociedade, da nossa comunidade, da nossa Cidade Sorriso, que às vezes não sorri, chora. Vocês ajudaram essas pessoas, abrindo as portas da Casa, a voltar a sorrir. Então, parabéns à Câmara Municipal.

Num segundo momento, um agradecimento, porque, à vista dos outros, passar sábados à tarde reunidos com pessoas que buscam ajuda parece uma coisa difícil, até quem sabe um sacrifício às vezes. Mas não. Nós saímos desta experiência gratificados e bem mais fortes, porque o Grupo de Combate ao Uso Indevido de Drogas, o número de pessoas que daqui partiram para uma recuperação fortaleceu a família AFRUCTO e nos deu mais coragem para continuarmos nessa caminhada. Obrigada, Câmara de Vereadores.

E, num terceiro momento, um “tchau”, já com saudade. E só sentimos saudade daquilo que foi agradável para nós, que nos acrescentou algo, que nos fez crescer e nos sentir mais gente. Por isso, eu não digo até a volta, digo “tchau”, até daqui a pouco, porque, quem sabe, este trabalho vá continuar. Parabéns, muito obrigada e um “tchau” para vocês.

Nós fizemos grandes amigos aqui dentro: a Dra. Iara Ramos, a Márcia, Secretária, o Rodrigo, estagiário, que foram nossos companheiros permanentes aos sábados. E nós queremos entregar para a Iara Ramos uma recordação dessa caminhada junto conosco. Temos uma promessa de que a Iara irá continuar conosco, uma aquisição ótima para os nossos jovens e nossos familiares, que tanto precisam de alguém que os escute.

Eu queria passar para a Iara um diploma, porque nós demos a ela um título nesses quatorze sábados de reunião. Para nós, a Iara é uma “grande amiga da vida”.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

(Procede-se a entrega do diploma à Sra. Iara.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Sra. Iara da Costa Ramos, nossa Psicóloga aqui da Casa, está com a palavra.

 

A SRA. IARA DA COSTA RAMOS: Quando abrimos essa campanha eu disse: “nós não falamos, pois cabe ao profissional da área de Psicologia escutar.” E foi escutando que fizemos a proposta através de um grupo. E é importante que esse título, o qual agradeço, seja estendido a todos que se irmanaram, naquele momento, na preocupação do que vinha ocorrendo. Historicamente, a Psicologia tem-se preocupado em delimitar a sua área de ação em termos da saúde mental, mas hoje é possível ver o quanto isso é abrangente, porque não é um fator da Psicologia, é um fator de todas as pessoas.

Uma outra situação que se apresenta a nós, como cidadãos brasileiros, é a questão da Constituição, onde diz, no seu art. 1º: “O povo terá a sua representação através daqueles eleitos, ou como próprio cidadão.” Essa foi a grande abertura da Constituição. Isso permitiu que todas as pessoas possam, de uma maneira ou de outra, associaram-se, criarem seus conselhos, criarem seus grupos para poderem se fazer representar. E eu acho que aqui dentro desta Casa esse exercício foi feito, através das instituições de representação de funcionários, através dos estagiários, que permanentemente estiveram juntos nessa caminhada, que foi coordenada pela AFRUCTO. E foi com essa intenção, também, que os funcionários, os representantes, a Comissão de Saúde, se voltou para discutir as próprias questões da Instituição Câmara Municipal. Esse grupo fez um estudo, porque em um primeiro momento o emergente maior era a questão da droga, a questão dos adictos, a questão de uma série de emergentes que surgiam. Mas esses emergentes são só sintomas de uma questão que atrapalha ou que incomoda ou que leva qualquer cidadão a querer se aliviar dessa ansiedade; outras existem, e essas outras questões nós estamos debatendo nesse grupo.

O grande momento foi que a campanha, através do Dr. Sérgio e da Adelina, que coordenaram, junto com os funcionários e com a população, que aqui vinha todos os sábados, é a possibilidade de uma continuidade. Ela não pára aqui. A AFRUCTO continuou e nós vamos continuar. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal é representante da Comissão de Saúde e, quando iniciamos este trabalho, fizemos com que houvesse uma reunião da Comissão de Saúde para que lá o trabalho tivesse a sua origem. Convido o Ver. Pedro Américo Leal para que faça uso da palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, estive muito distante desse trabalho e por motivos óbvios: enfrentamos agora uma campanha eleitoral, que terminou ontem, mas sempre fui sensível a esse trabalho levado pelo Sérgio Ivan Borges, tanto que aconselhei a nossa Psicóloga a que um dos rumos a ser tomado era esse que foi tomado há muitos meses. E vejo nisso uma grande realização, porque contra a droga qualquer coisa é válida, até um golpe baixo. Parece incrível, mas assim o sou. Acho que até um golpe baixo, qualquer reação que tenhamos fora da lei é válida, porque a droga é um fantasma que se aproxima a passos largos.

É minha a frase “esta guerra está perdida”, que, na verdade, quer dizer um desafio. Esse é um desafio para o Sérgio e para todos os que se empenham, porque é uma guerra dentro das nossas casas, dentro dos nossos lares. A droga, sorrateiramente, se apodera dos nossos jovens, que se inebriam, se encantam e não chegam a uma conclusão, porque a droga é fatal. Eu sempre me pergunto, um pouco devagar: será que eles não enxergam isso, será que não vêem essa derrocada iminente? E esse rapaz, o Rafael - se não me engano pertencia a um conjunto vitorioso que não lembro o nome -, que em pouco tempo foi tomado pela droga, e não restou nada dele, é um verdadeiro exemplo para que a juventude enxergue o iminente encontro com a realidade, que é terrível. A minha mocidade não teve esse problema, mas os jovens de hoje têm. Esse rapaz, o Rafael, parece-me que do conjunto Polegar, é uma bandeira para a juventude entender a “fria” em que está entrando. Acho que isso deve ser explorado.

Fiz um projeto contra a droga - “diga ‘não’ à droga”, que é uma reação tênue, muito pequena, muito diminuta, mas é uma reação. O que eu posso fazer? Eu não posso me deter nisso. Claro que eu vou em busca de outras frentes. Deixo aqui um projeto e vou embora, porque eu sou assim. Não posso me transformar nem me violentar. Não posso e não devo me comprometer inteiramente com a droga. Eu não sou assim, mas eu acho que vocês, que são assim, devem levar isso à frente, porque é uma luta que vale a pena. A mocidade está sendo dizimada no Brasil.

Era isso o que eu tinha a dizer, fruto da minha realidade e da realidade do mundo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em resposta ao que falou o Ver. Pedro Américo Leal, quero dizer que resolveram as entidades representativas dos funcionários aqui da Casa prosseguir com esse trabalho iniciado pela AFRUCTO. Elas aprenderam muito durante esse espaço de tempo que tivemos a AFRUCTO aqui, nesta Casa, mas, como esse problema não se resolve em dois ou três meses, não é instantâneo, aparecendo e desaparecendo como num passe de mágica, ele continua a existir dentro da sociedade, apesar de todos os esforços do Sérgio, da esposa e da nossa Psicóloga. Como o Ver. Pedro Américo Leal disse, isso é um constante desafio, não ao Sérgio e à esposa, mas, sim, a todos nós. Todos nós temos a grande obrigação de tentar o possível para fazer frente a esse grande desafio.

Portanto, só posso aplaudir essa decisão tomada pelos órgãos representativos dos funcionários desta Casa, que resolvem, de livre e espontânea vontade, sem terem sido pressionados por ninguém, que o melhor será prosseguir com esse trabalho. Só podemos, enquanto Presidente da Casa até o final deste ano, dar todo o respaldo possível para que esse trabalho possa atingir o seu clímax aqui em nossa Câmara Municipal.

 

O SR. SÉRGIO IVAN BORGES: O Diretor Leão de Medeiros é meu diletíssimo amigo, companheiro de polícia. Nosso relacionamento é múltiplo e faço, neste momento, uma oração a seu falecido pai, Gilberto. O Ver. Leão de Medeiros, além de ter criado o Conselho Municipal de Entorpecentes de Porto Alegre, foi um dos que alimentou esse projeto, e eu gostaria de fazer esse registro, porque na nossa caminhada pela vida não podemos machucar pessoas. Mesmo que estejamos chegando ao final, se no meio da caminhada pisarmos em pessoas, não chegamos ao final. E eu cometi esse lapso e o corrijo neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Prezado Presidente Luiz Braz; Dr. Sérgio Ivan Borges e sua esposa; Sra. Iara da Costa Ramos, Psicóloga da CMPA; Sr. Pedro Raquetat, Presidente da ABECAPA.

Primeiramente, queria parabenizar pela iniciativa, porque hoje, quando se fala em drogas, é algo que tem que ser assumido por toda a sociedade. E ainda existe esta tendência de se mascarar. O que acontece com os outros está longe do meu redor.

Durante muitos anos, tratou-se a droga como um caso de polícia, mas nunca se tratou a parte curativa. E agora está se tratando, também, da questão preventiva. Hoje se sabe que o maior problema das drogas é com relação a uma droga lícita: é a questão do alcoolismo. Só que a questão do alcoolismo leva quinze, vinte anos. A questão da maconha leva três, quatro anos; a cocaína, dois meses, e uma nova droga que está entrando na América, que é mais comum na Europa - a heroína -, na primeira ou segunda dose. Por que os Estados Unidos, de uma hora para outra, começaram a investir maciçamente contra o narcotráfico? Não por uma questão simplesmente de saúde, mas por uma questão de evasão fiscal. Agora, nós, como parlamentares, temos o direito e o dever de atacar duas problemáticas. Continua o trabalho de polícia, mas nós temos que atacar a questão da saúde, fazendo o trabalho curativo, e a questão da educação, fazendo o trabalho preventivo, orientando. Esse é um compromisso de todos. Ele tem que estar presente em todos os segmentos. E eu vejo que quem cada vez mais atua são as organizações não-governamentais, porque o Poder Público ainda não tem coragem de enfrentar de frente.

Então, Sr. Presidente, mais uma vez eu parabenizo esta Casa, porque, pelo menos, conseguiu mostrar a sua cara, dizendo: “eu quero fazer algo.” Mas eu volto a insistir: esse tem que ser um compromisso de todos nós, porque, enquanto não fizermos isso, simplesmente estaremos mascarando, tentando prender pessoas que, na maioria das vezes, são inocentes, porque foram vítimas. E é este o desafio: trabalhar diuturnamente na questão preventiva. Parabéns, Dr. Sérgio! Parabéns a todos! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero dar uma informação ao Plenário: estive no Colégio Americano nesta semana, e o Colégio Americano também lançava a sua 5ª Semana de Prevenção ao Uso da Droga. Compareci lá e pensava que esta 5ª Semana fosse lançada apenas para os alunos maiores. E qual foi a minha surpresa! Lá estava o pessoal do CONEM, que está fazendo um bom trabalho nesta área; lá estavam crianças de primeiro ano, conscientizando-se, Ver. Pedro Américo Leal. Isto é muito importante: começar com as crianças do primeiro ano, conscientizando-as com relação ao perigo que as drogas podem representar, quando não são compreendidas, são mal-usadas, quando têm uso indevido, que, exatamente, é o que faz o mal.

O Colégio Americano, na minha opinião, entre as iniciativas que vi, deu um dos grandes exemplos de como se deve fazer para combater as drogas: começa-se na raiz, começa-se conscientizando as pessoas que estão começando para a vida.

Então, muitas vezes, não se conhecem as iniciativas e se pensa que nada está sendo feito. Acredito que muita coisa está sendo feita, só que o mal é muito grande. O mal cresce com muita rapidez, mas há muitas ações sendo desenvolvidas pelos vários setores da sociedade.

Com a palavra, o Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Gostaria, especialmente, de prestar uma homenagem ao Sérgio e à sua esposa Adelina, que há tantos anos vêm derramando amor por essas pessoas que tanto necessitam. Conheço o Sérgio e a Adelina há vinte e cinco ou vinte e seis anos, quando juntos nos conscientizamos que a fonte do amor está representada por aquele que está lá, sobre as nossas cabeças. Essa fonte de amor, o Sérgio e a Adelina,  conscientizaram-se de que precisavam passar aos outros, e isso eles vêm fazendo nesses vinte e cinco anos que os conheço.

Sérgio e Adelina, tenho certeza que, se um dia for contada a história de alguém que ajudou a melhorar esse mundo, lá o nome de vocês estará escrito, com letras que não se pode apagar. A sociedade e a Câmara de Vereadores hoje, por representar esse povo, te agradece e agradece a tua esposa, aquela que é tua incentivadora. Eu, que já telefonei para vocês de madrugada, pedindo socorro e vocês me atenderam, me orientaram, me ajudaram. Então, Sérgio e Adelina, nós lhes agradecemos, e que Deus continue derramando esse amor sobre vocês e vocês redistribuindo a todos. Parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Dr. Sérgio Borges, Sra. Adelina, representante da ABECAPA, tudo o que se fizer nesse instante por que passa a sociedade, ao combater o uso das drogas, é bem-vindo. As entidades, as pessoas, todos os que se incorporarem a essa verdadeira luta contra essa praga que assola a humanidade são dignos de elogios. O mundo está atravessando, como acontece periodicamente, de mil em mil anos, uma fase muito difícil. Estamos, coincidentemente, passando de um século para outro e de um milênio para outro e essa transposição acarreta uma série de distúrbios emocionais, físicos, de toda a ordem, e nós estamos assistindo, nesse período que a sociedade atravessa, dessa transposição de século e de milênio, a verdadeiros cataclismas. A AIDS está aí, as drogas estão aí, a insatisfação está aí. Há uma perspectiva de débâcle econômico-financeiro. Não nos iludamos: as notícias estão aí. O mundo está às vésperas de um novo movimento revolucionário. Não se sabe bem para que lado isso vai. Dentro deste contexto estão as drogas.

Então, temos que invocar todas as forças que a humanidade tem para que esse processo seja superado. Será superado. Não sei o que virá depois, mas, se nós não tomarmos consciência do que estamos assistindo, nós vamos produzir um resultado funesto.Por isso é louvável a iniciativa da Casa, da AFRUCTO, de todas as pessoas e entidades que se dedicarem ao combate às drogas, porque é uma verdadeira praga que está assolando a humanidade. Parabéns e muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Inicialmente, quero dizer que essa iniciativa coloca a Câmara e todas as entidades que compartilham deste momento de parabéns, porque talvez alguém pudesse pensar que no dia 2 de outubro, faltando só dois dias para as eleições, nós, Vereadores, estivéssemos voltados exclusivamente para a questão eleitoral. Eu acredito que não deve ser assim, porque nós somos cidadãos e temos a responsabilidade de, enquanto parlamentares, estarmos em absoluta sintonia com as preocupações, com os problemas, com as questões da comunidade em qualquer data.

Neste dia, nós, Vereadores, estamos recebendo vocês que têm dedicado a vida à luta pelo combate às drogas, seguramente uma das lutas mais difíceis neste final de século, porque é uma luta contra uma crise geral da sociedade, contra interesses poderosíssimos. Pessoas que se envolvem nesta luta são pessoas que têm que ter a sua trajetória marcada por duas questões: primeiro, pela coragem; segundo, pela esperança.

Eu acredito que o combate às drogas nunca terá vitórias se ele apenas for estabelecido através de atitudes repressivas ou se for apenas implantado através de estruturas governamentais. Tem que ser articulado, executado por todas as instâncias de governo, pelos parlamentos e principalmente pela sociedade civil. Creio que têm sido as experiências daqueles que militam na sociedade que têm respaldado as ações que hoje têm sido mais eficazes no combate às drogas. Vocês estão de parabéns, principalmente pelo compromisso que vocês têm demonstrado com a construção de uma sociedade nova. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Contamos também com a presença da nossa querida amiga Dercy Furtado, que foi Vereadora desta Casa, foi Deputada Estadual aqui, no Rio Grande do Sul, e hoje é uma das assessoras de qualidade do Gabinete do Ver. Pedro Américo Leal.

Passo a palavra ao Diretor-Geral, Leão de Medeiros.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente, encontro-me numa situação de muita alegria, neste momento, na qualidade de Vereador e também de Diretor da Casa, agregando-me àqueles pronunciamentos que já foram feitos aqui. Seria enfadonho repetir e enaltecer tudo o que já foi enaltecido - a figura do Sérgio, da Adelina, da nossa Psicóloga, das entidades de classe, da postura da Câmara, da comunidade que compareceu aqui -, mas creio que, na qualidade de Diretor-Geral, caberia dizer uma palavrinha.

Acredito que esta Casa, que é uma Casa política, com divergências de opiniões na área da condução da administração pública, tem, sim, com esse gesto de hoje, dado uma demonstração inequívoca das suas tradições, porque, a par dos problemas políticos, do dia-a-dia desta Casa, estão problemas de ordem intrínseca de cada cidadão desta Cidade. Hoje, independente das correntes políticas, estamos celebrando o coroamento de uma decisão unânime desta Casa no sentido de alertar para o combate ao uso das drogas e como combatê-la com seriedade e buscando, entre as pessoas mais esclarecidas nesse assunto, aquele que conheceu o outro lado, que foi um colega que atuou na repressão, quando esse era o caminho, como dizia o Ver. Carlos Garcia, que se imaginava que se combateriam as drogas só por esse lado. Buscou-se, através do Sérgio e da Adelina, através da palavra, através do convencimento, através do amor, chamar a atenção de que é possível também recuperar pessoas vítimas desse flagelo.

Ontem, Sr. Presidente, comemoramos uma iniciativa pioneira nesta Casa, pela gestão de V. Exa., acompanhado pela Mesa Diretora. Nós celebramos aquele convênio dos deficientes físicos. Quebramos um preconceito, em que a sociedade procura esconder os nossos deficientes. Através do trabalho exponencial realizado por um dos nossos companheiros da Câmara, celebramos essa quebra de um preconceito em relação aos deficientes.

Após esta reunião, a nossa Câmara também, de uma maneira unânime, contemplando a todas as correntes de pensamento, estará comemorando mais uma premiação do nosso Salão de Artes Plásticas, ou seja, é a Casa abrindo os seus espaços culturais para os jovens artistas e tendo aqui o seu festejo final com essa celebração.

Quem está de parabéns é a Câmara de Vereadores, através das suas mais variadas representações políticas, porque são sensíveis àquilo que pensa a comunidade que as colocou aqui. Estamos todos de parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Sra. Adelina está com a palavra.

 

A SRA. ADELINA BORGES: Eu tenho a impressão de que agora estamos sentindo mais um ar feminino. Nós tivemos uma companheira que nos alimentava com as suas orações, com a sua presença, força e otimismo, quem sabe uma representante da cidadã gaúcha, da mãe gaúcha, da avó gaúcha, uma representante da Câmara. Faço questão de dar um abraço muito especial na cidadã Dercy, na mãe Dercy, na avó Dercy Furtado. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estamos chegando ao final desta solenidade, encerrando a primeira fase do Ciclo, onde a AFRUCTO esteve comandando as ações dentro desta Casa, orientando os funcionários e todos os segmentos da Câmara Municipal e, através da Câmara, orientando também as nossas comunidades, porque, afinal de contas, as comunidades estão representadas aqui. É nossa obrigação representar os diversos segmentos populacionais no sentido de esclarecer o perigo do uso indevido das drogas.

Eu acredito que só nos resta, na condição de Presidente da Casa, agradecer ao Sérgio e à sua esposa pela grande dedicação e pelo grande trabalho realizado dentro de nossa Casa. Eles começaram a fazer esse trabalho numa época que era muito difícil reunir pessoas, porque estava se realizando a Copa do Mundo e todos ficavam na frente de um aparelho de televisão para assistirem aos jogos, e, mesmo assim, concorrendo com os jogos do Brasil, o Sérgio, sua esposa, a Iara e equipe vieram aqui e conseguiram reunir muitas pessoas que estavam interessadas em ajudar a resolver esse problema. Nós só podemos, realmente, em nome da Cidade de Porto Alegre, agradecer o trabalho do Sérgio Ivan Borges, da sua esposa e agradecer tudo aquilo que a Iara, a nossa Psicóloga, fizeram até aqui. Agradecer aos outros organismos da Casa, aos nossos funcionários o trabalho que realizaram, a organização e o interesse que demonstraram em prosseguir com o trabalho que a AFRUCTO começou lá no dia 26 de junho, em nossa Câmara Municipal.

Muito obrigado ao Sérgio, à sua esposa, obrigado à minha querida Iara e ao Pedro Ranquetat, que hoje está aqui, representando os funcionários, os organismos da Casa. Muito obrigado a todos vocês.

 

* * * * *

 

REGISTROS REFERENTES AO 13º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA CMPA

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Estamos recebendo os nossos artistas plásticos, todas aquelas pessoas que estiveram envolvidas nesse 13º Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Chamo para a Mesa o Presidente da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, Sr. Roberto Schmitt-Prym; a Sra. Neli Oliveira, Diretora da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa; a Sra. Elizabeth Brochier, Coordenadora do Memorial da CMPA. Temos também aqui a presença do nosso Diretor de Patrimônio e Finanças da Casa, Sr. Adalberto Heck; da nossa Diretora de Atividades Complementares, Sra. Gessi Guimarães dos Santos; da Diretora Legislativa, Sra. Inês Haffner. A Vera. Sônia Santos está aqui nos ajudando a secretariar os trabalhos, e contamos também com a presença do Ver. João Carlos Nedel.

O Sr. Roberto Schmitt-Prym, Presidente da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa, está com a palavra.

 

O SR. ROBERTO SCHMITT-PRYM: Prezado Sr. Presidente, Srs. Vereadores e artistas plásticos, em primeiro lugar, quero cumprimentar a todos por mais esta vitória, vitória para a Câmara Municipal de Vereadores, para a sociedade gaúcha e principalmente para os artistas plásticos que, neste evento, vêem mais uma oportunidade para mostrar os seus trabalhos e para crescer profissionalmente.

Lembro-me, Sr. Presidente, de que há quatros anos. V. Exa. era o Presidente desta Casa e eu o Presidente da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Há dois anos atrás aconteceu outro evento e não participamos, e os números daquela ocasião para os de hoje representam um crescimento muito grande no número de artistas inscritos, na qualidade dos trabalhos expostos e na receptividade do público. Isso também é uma vitória. Muito obrigado a todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: É verdade. Há quatro anos nós presidíamos esta Casa e ocupamos o espaço da Edel Trade Center para fazermos o nosso Salão de Artes Plásticas. Confesso que foi a primeira vez que entrava em contato com artistas plásticos e com uma exposição de artes plásticas e fiquei encantado com aquilo que estava acontecendo, mas não imaginava que a qualidade do concurso pudesse realmente crescer tanto, e conseguimos, neste ano de 1998, a melhor qualidade e a maior quantidade de trabalhos apresentados. Isso significa que, primeiramente, está havendo um acerto na Casa com relação à preparação, juntamente com a Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, deste Salão de Artes Plásticas. Nós estamos no 13º Salão de Artes Plásticas.

Em segundo lugar, acredito que os próprios artistas plásticos, no meu modo de ver, são a representação viva do crescimento da sociedade. Estão demonstrando, com os seus trabalhos, que realmente estamos tendo uma evolução neste final de século, uma evolução dentro da sociedade muito rápida. Os trabalhos que foram apresentados realmente enobreceram o Salão de Artes Plásticas.

Acredito que nós tivemos, neste espaço de tempo em que nós estamos tendo a exposição dos trabalhos aqui na nossa Galeria Clébio Sória, a visitação por parte de muitas pessoas, muitas entidades, e todas elas, na verdade, de uma forma ou de outra se maravilharam com as obras que foram apresentadas. Eu não poderia, realmente, como não sou técnico no assunto, fazer um julgamento. Eu não seria, realmente, alguém que, no júri, poderia apresentar algum resultado que pudesse, tecnicamente, dizer das obras que foram apresentadas. Mas, como cidadão, como ser humano que procura evoluir no meu dia-a-dia, realmente pude me encantar na frente de todos aqueles trabalhos. Eu, que passo todos os dias na Clébio Sória, faço questão de desfilar, até porque sou um fiscal insistente das coisas que acontecem aqui na Casa.

Esta é a segunda vez que tenho oportunidade de ser Presidente da Câmara Municipal, o que me faz aprender um pouquinho mais a respeito do relacionamento com as pessoas, com a vida e, principalmente, com a direção de uma instituição tão importante como é esta nossa Câmara Municipal. Um dos setores mais importantes, até porque realmente conseguimos entrar em contato com toda a Casa quando passamos na Clébio Sória... Na Galeria Clébio Sória, na verdade se resume muito daquilo que acontece em todos setores da Câmara Municipal. Na Galeria Clébio Sória está também, nesta exposição de trabalhos apresentados pelos senhores, uma síntese muito fiel daquilo que acontece em toda a nossa sociedade, do pensamento social deste momento, derramado, exatamente, naqueles trabalhos.

Eu quero cumprimentar a todos, agradecer a participação de cada um dos senhores e das senhoras, porque tudo isso que os senhores fazem é por amor à arte, e os prêmios que são oferecidos neste Salão de Artes Plásticas não são tão vultosos que pudessem, realmente, servir para atrair os senhores para o Salão. Os senhores vêm, realmente, porque têm amor à arte, e isso merece ser cumprimentado a todo instante.

Quero agradecer pela participação dos senhores, pela qualidade que tivemos neste 13º Salão de Artes Plásticas, graças aos senhores, e pela organização da Casa, em especial à Sra. Elizabeth Brochier dos Santos, que coordena, e pelo acompanhamento constante de todos esses trabalhos da Câmara Municipal.

Convidamos o Sr. Roberto Schmitt-Prym para fazer a entrega das Menções Especiais do Júri.

Ao Sr. Herbert Schein-Bender, o Prêmio Menção Especial do Júri.

 

(É feita a entrega.) (Palmas.)

 

À Cristina Tellechea, o Prêmio Menção Especial do Júri.

 

(É feita a entrega.) (Palmas.)

 

À Carla Corral, o Prêmio Menção Especial do Júri.

 

(É feita a entrega.) (Palmas.)

 

À Amélia Brandelli, o Prêmio Menção Especial do Júri.

 

(Ausente.)

 

Como temos dois Vereadores aqui presentes - a Vera. Sônia Santos e o Ver. João Carlos Nedel -, pergunto aos dois se querem utilizar a palavra.

Com a palavra, o Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Realmente, gostaria de parabenizar a Casa e os artistas participantes deste Evento e dizer que eu também tenho dificuldades culturais para poder avaliar a importância deste Salão de Artes Plásticas. Fico imaginando o trabalho que teve o Júri de Seleção e Julgamento, composto pelo Roberto Schmitt-Prym, a Tânia Resmini e a Maria Amélia Bulhões. A Câmara Municipal pode fazer mais pelos artistas plásticos de Porto Alegre. Aliás, já está tramitando nesta Casa um projeto de lei de minha autoria que prevê a expansão do Brique da Redenção para permitir maior espaço aos artistas plásticos e artesãos. É mais um incentivo a essa comunidade que eu tanto aprecio e admiro. Não tendo competência para avaliar a fundo, tenho, porém, uma admiração muito grande por essas pessoas que têm essa capacidade artística que eu, infelizmente, não tenho, mas gostaria muito de incentivá-las. Parabéns a todos os participantes e a todos os artistas aqui presentes.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos está com a palavra.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, caros artistas plásticos e pessoas que nos acompanham nesta manhã. Há pessoas que têm o dom de dar a vida às letras, outros, de dar vida à musica, outras pessoas, mais raras e especiais, dão vida à escultura, à pintura e trabalham com essa coisa tão bonita. Essas pessoas que conseguem extrair de dentro de si algo muito especial e através de tintas, de materiais que muitas vezes não entendemos como, criam algo que enchem os nossos olhos de alegria e nossos corações de emoção são pessoas muito especiais.

Quando olhamos ao nosso redor e não vemos, às vezes, um mundo bonito, olhamos para essas obras e elas fazem com que transcendamos. E essa transcendência é a mágica da arte. Não são muitas pessoas que têm esse dom. Eu penso que no momento da criação, em que vocês estão diante daquilo que irão criar, é a hora em que vocês se despem, extraem, fazem com que essas coisas saiam de dentro de vocês. Isso, com certeza, de uma forma ou de outra, vai atingir as pessoas que estão olhando para suas obras. Nós, nesta Casa, nos sentimos agraciados por poder subir as escadas e circular nos corredores admirando suas obras. Eu, de forma muito especial, quero agradecer a vocês que participaram nos agraciando com tudo isso, agradecer à Elizabeth que, realmente, fez um trabalho incansável. Quero parabenizar a esta Casa por abrir as portas à arte, fazer com que as pessoas possam entrar em contato com essa coisa tão bonita. Quero agradecer a vocês, que dão às artes, de uma forma muito especial, vida e, de uma forma muito especial, a vida de vocês. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Faremos a entrega do Prêmio Incentivo à Criatividade à Michele Finger. Esses artistas que estão recebendo o Prêmio de Incentivo à Criatividade, além do diploma, recebem também um cheque de R$ 575,00.

Prêmio Incentivo à Criatividade, que será entregue pelo nosso Diretor de Patrimônio, Adalberto Heck, a Luiz Marasca. (Palmas.)

Prêmio Incentivo à Criatividade, que será entregue pela Diretora do DAC, Sra. Gessi Guimarães dos Santos, à Karen Paiva. (Palmas.)

Prêmio Incentivo à Criatividade, que será entregue pela Vera. Sônia Santos, ao Júlio Ghiorzi. (Palmas.)

Vamos convidar a Diretora da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa, Sra. Neli Oliveira, para fazer a entrega do Prêmio Incentivo à Criatividade ao Sr. Juarez Silva. (Palmas.)

Passamos, agora, ao Prêmio Aquisição. Solicitamos os Srs. Diretores, Srs. Vereadores e à Sra. Elisabeth que venham fazer parte da Mesa para fazer a entrega do Prêmio, cujo valor é de R$ 3.445,00.

Gostaríamos que o vencedor do Prêmio Aquisição pudesse fazer um pronunciamento da tribuna, falando sobre o seu trabalho. Chamamos aqui, para que possamos aplaudir, pois ele é o grande vencedor deste 13º Salão de Artes Plásticas, o Sr. Clóvis Dariano. (Palmas.)

 

O SR. CLÓVIS DARIANO: Em primeiro lugar, um grande agradecimento a toda essa organização e pelo que o Schmitt já colocou. A coisa está resolvida, até pelo número de inscrições e pelo crescimento das manifestações. É claro que a Câmara está muito mais bonita.

Falar sobre trabalho é meio complicado. Acho que a nossa função é fazer; explicar é muito difícil, e acho que todos nós teríamos um pouco de dificuldade em posicionar isso em palavras. Basicamente, o que se tem neste trabalho é uma recuperação de memória. Trabalho profissionalmente com fotografia há um bocado de tempo e o desenho é uma experiência nova para mim, e que é tratada individualmente. Então, considero-me um artista jovem, apesar de nem tanto. Acho que o melhor é olhar, sentir e pensar sobre as coisas.

Agradeço a todos vocês, principalmente à nossa classe toda, e também aos duzentos e vinte e cinco artistas que se inscreveram. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vou contar uma história que ocorreu em 1994, quando eu era Presidente da Câmara e o Roberto era Presidente da Associação Francisco Lisboa. Aliás, quero combinar com o Roberto: quando ele voltar a ser Presidente da Xico Lisboa, eu quero voltar a ser Presidente da Casa, porque em 1994 ele ganhou o Prêmio Aquisição: a Madonna. Lembro-me que, encerrado o Salão, vim para a Câmara e precisei entrar na minha sala à noite. Estava escuro e eles colocaram o Prêmio Aquisição, que era a Madonna, atrás de uma poltrona. Quando entrei na sala, vendo aquela figura, pensei: “o que está fazendo essa mulher esperando aqui no escuro?” Levei um grande susto!

Precisamos montar uma sala especial na Casa para que possamos continuar expondo os prêmios “Aquisição”, a fim de que seja uma exposição constante. Já tivemos treze salões de Artes Plásticas. Continuaremos fazendo esses salões, e acredito que, daqui para frente, precisaremos criar uma sala especial para abrigar esses trabalhos para que os tenhamos constantemente expostos na nossa Câmara Municipal para que o público possa, durante todo o ano, se beneficiar com a arte, com a criação das pessoas que se interessam em expor no nosso Salão de Artes Plásticas.

Convido a Sr. Elizabeth Brochier para fazer a entrega do diploma para o Sr. Clóvis Dariano, o vencedor.

 

(É feita a entrega do diploma.) (Palmas.)

 

Convido o Sr. Roberto Schmitt-Prym, Presidente da Associação de Artes Francisco Lisboa, para fazer a entrega do Prêmio Aquisição ao ganhador, Sr. Clóvis Dariano.

 

(É feita a entrega do Prêmio Aquisição.) (Palmas.)

 

Convido a todos participantes do Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre para serem fotografados.

 

(O grupo é fotografado.)

 

Muito obrigado a todos. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 9h15min.)

 

* * * * *